Uma operação do Ministério Público de São Paulo (MPSP), deflagrada na manhã desta segunda-feira (7), investiga um esquema de desvio de recursos públicos em obras de saneamento básico em 12 cidades do interior do estado. A suspeita é de superfaturamento, pagamento por serviços não executados e direcionamento de licitações, causando um prejuízo estimado em mais de R$ 50 milhões aos cofres públicos.
A Operação
A operação, batizada de “Águas Turvas”, cumpriu mandados de busca e apreensão em sedes de empresas, prefeituras e residências de empresários e funcionários públicos envolvidos no esquema. Segundo a investigação, empresas contratadas para realizar obras de tratamento de água e esgoto inflavam os valores dos serviços, simulavam a execução de etapas e recebiam pagamentos indevidos com a conivência de agentes públicos.
O MPSP apura a participação de um grupo de empresas que atuavam em conluio para fraudar licitações e garantir a contratação. As investigações apontam que o dinheiro desviado era lavado através de empresas de fachada e contas bancárias no exterior.
Impacto para a População
O desvio de recursos destinados ao saneamento básico impacta diretamente a qualidade de vida da população, especialmente nas cidades menores do interior. A falta de tratamento adequado de água e esgoto contribui para a proliferação de doenças, prejudica o meio ambiente e dificulta o desenvolvimento social e econômico das comunidades afetadas.
“Este é um golpe duro contra a população que mais precisa. Recursos que deveriam garantir água potável e esgoto tratado foram desviados, perpetuando a desigualdade e colocando em risco a saúde das pessoas”, afirmou o promotor de Justiça responsável pela investigação.
As investigações continuam, e o MPSP não descarta novas fases da operação. Os envolvidos poderão responder por crimes de corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.